quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Borderline e toxicodependente part4

Mas havia um pequeno problema...
O antagonista proibia a entrada da heroína no cérebro, mas não impedia a entrada do álcool.
Foi aí que eu, de tal forma compulsivo, decidi começar a beber álcool e a usar o valium (Uma vez que não me receitaram nenhum antagonista de valium) e o efeito era exactamente o mesmo que usar heroína com valium, a única diferença, e vem aí o pior, é que era extremamente barato, de fácil acesso, o que facilitou várias recaídas daí para a frente.

Voltei a frequentar os bares da zona de vila pouca onde voltei a integrar-me com pessoas novas, pessoas que até então eram minhas inimigas.
Dentro desse grupo de pessoas, havia um rapaz que eu também desconfio que seja borderline, muito afetivo que estava sempre a beber para esquecer a dor de estar ''apaixonado'' por alguém.
Esse rapaz começou a juntar-se a mim no consumo do álcool e dos valium, uma vez comprava eu, outra vez comprava ele, e ficava-mos assim, a consumir todo o dia.

Eu não queria mesmo consumir tudo aquilo, eu apenas queria aliviar a dor de alguma maneira, mas só conseguia daquela.
Foram vários consumos de álcool e valium até que comecei a ficar desesperado e a usar tais substâncias para  tentativas de suícido (Ainda tinha 17/18 anos) .
Foi aí que os médicos deram conta da minha extrema compulsão e, em vez de me receitarem algum medicamento para a aliviar, receitaram-me buprenorfina, um agonista opiáceo que substituia a heroína.

Quando entrei nesse agonista fiquei muito pior, pois sabia que iria saír muito mais barato os efeitos amnésicos e sedativos... Porque?

Uma vez que a buprenorfina é um agonista opiáceo, ela potencializa os efeitos do valium de forma bem bruta, aumentando o poder de 5 para 50. E uma vez que eu tolerava muito valium, mas muito, infelizmente o meu corpo nunca reagiu muito bem ao valium (puro), agora eu só precisava mesmo comprar o valium, que não passava, nada mais nada menos de 2 euros uma caixa de 60.
Eu continuava a tomar menos de 10, nunca passou dos 10.


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