quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Os primeiros tempos sem heroína

Ainda me lembro como se fosse ontem, é muito dificil esquecer os momentos mais torturantes da minha vida.
De dores, eu não sofri muito pois tinha o tramal que embora pareça algo fraco comparado com a heroína, era eficaz a remover grande parte da dor.
O pior foram os dias sem dormir, passei 15 dias inteiros acordado, e isso ainda não é nada.
Comecei a conseguir dormir 2 horas por dia passado esses 15 dias, e foi aumentando o numero de horas, mas a minha instabilidade emocional estava em um nivel extremamente grave e foi aí que eu comecei a ver que o álcool, mesmo sendo mais barato, aliviava as minhas crises emocionais.
E foi assim mesmo, todas as sextas feiras eu ía até vila pouca ter com amigos para beber uns copos (é claro que eu não ía todos os dias).
Foi aí que eu passei a ter as minhas primeiras recaídas no valium, como já tinha dito em outros artigos.
Lembro que que fui expulso do basket por aparecer lá fazendo asneira, depois de ter perdido a consciência ao misturar álcool com o medicamento para ansiedade (valium) que já era muito famoso naquelas ruas que eu frequentava.
Mas essas recaídas não foram suficientes para me levar de volta ao vicio, e sabem porque?
O meu humor com o tempo mudou, comecei a escrever e a praticar desporto 3 vezes por semana, isso ajudou-me a esquecer as drogas por momentos.
Garanto também que embora tenha tido algumas recaídas passado esse tempo, não voltei a consumir diariamente e com o tempo as recaídas deixaram de ser possíveis.
Você ao clicar na etiqueta ''memórias'' pode encontrar tudo do inicio ao fim, toda a história, todas as recaídas, tudo mesmo...
Hoje vivo um dia de cada vez, não posso dizer que venci, ainda estou na luta, e ainda possuo uma instabilidade emocional e afectiva extremamente alta que me leva a ter compulsões, mas estou sem ter recaídas desde há mais de meio ano.
Procurando uma forma de tratar o meu vicio e o meu transtorno de personalidade de forma mais profunda, estou a tentar entrar em uma comunidade terapêutica, á espera que o meu psiquiatra (que não é nada fácil) aceite a minha entrada na clínica.


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