quinta-feira, 21 de agosto de 2014

adolescência eterna

Outro grande problema meu é o fato de não querer desapegar-me do refúgio da adolescência, ainda quero praticar actividades perigosas todos os dias, viver de forma perigosa, não assumir as responsabilidades.
Quanto mais cresço mais me preocupo com o meu futuro, se vou encontrar trabalho para sobreviver, se vou conseguir aguentar esta instabilidade emocional e ter sucesso no trabalho, parece que a minha cabeça de adolescente está a querer abandonar-me.
Eu realmente não sei como vai ser o meu futuro e quando penso nisso, geralmente penso de forma muito, mas muito negativa.
Penso em mim, sem-abrigo, completamente alcoólico a roubar pessoas para sobreviver e sustentar o meu vicio, os meus pais cheios de desgosto de frustração por minha culpa etc...
Eu não queria nada abandonar a adolescência, simplesmente porque ainda não tenho maturidade suficiente para assumir certas responsabilidades, dizer não a certos riscos, o meu cérebro não tem regulado muito bem e muito tarde vai regular.
Eu só queria viver assim, ser criança, ter sempre os meus pais a cuidar de mim e a comprar-me brinquedos, sem que tivesse de lutar com muito esforço para conseguir uma merda de nada.
As minhas emoções instáveis não me deixam ter prazer em trabalhar, a minha sociedade não me deixa trabalhar no que me dá mais prazer, e mesmo que me deixasse, eu perco rapidamente o interesse em coisas que ontem me davam prazer demais.
Não me contento em fazer coisas pequenas, eu quero fazer coisas grandes e em pouco tempo e por culpa disso fico extremamente frustrado pois não consigo fazer.
Não sei como vai ser entrar na fase adulta, eu ainda estou naquela fase de me preocupar com o meu futuro, como será, o que hei-de eu fazer, onde encontrarei trabalho, se encontrar trabalho, preocupo-me muito com a crise do meu país e como sobreviver em uma crise deste tamanho.
Às vezes penso que o meu pai vai perder o trabalho dele e nós vamos acabar na mais miserável das vidas.
Eu gostava muito de abandonar estes pensamentos negativos e aproveitar a minha vida para que na minha velhice só existam memórias boas para relembrar.

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