sábado, 16 de agosto de 2014

Borderline e toxicodependente part3

Passei a passar por escolas de criança sempre que saía da escola onde eu andava.
Nessas escolas eu perguntava as horas a qualquer 1 para que essa pessoa, ao retirar o telemóvel do bolso, ficasse imediatamente sem ela.
Depois voltava novamente á minha escola onde o vendia por um preso bem barato.
Quando o vendia já sentia um pré-alivio e lá ía eu á rua do pioledo (Uma rua em portugal, zona de vila real, onde rola a droga) comprava a heroína, como já andava num psiquiatra, mesmo não ligando para isso, eu ía ás urgências da zona pedir ansioliticos com a conversa de que estava demasiado ansioso e prestes a matar-me.
Eles davam-me os ansioliticos e eu misturava com a heroína para que cada droga potencializa-se mutuamente o efeito da outra.
Foi muito tempo assim, todos os dias a mesma rotina, acho que foi a única época da vida em que eu fiz a mesma coisa todos os dias.
Até que ao fazer 17 anos, como eu já tinha uma extrema fama de ladrão na zona onde eu andava, a policia começou a andar em cima de mim sem que eu desconfiasse de nada, até que me encontraram a tentar roubar um muleque.
Levaram-me para a esquadra e perguntaram-me porque eu fazia isso.
Pergunta idiota- Eles já sabiam muito bem porque que eu fazia isso, estava a ressacar, era viciado em drogas, tudo isso... Foi isso que eu respondi.
Eles propuseram-me que eu entrasse em tratamento no centro de atendimento ao toxicodependente, e eu fui.
Não se enganem.
Na primeira vez que lá estive eu contei tudo, sobre quanto consumia, quantas vezes ao dia e etc... perguntas que eles fazem na primeira vez.
Levei naltrexona para casa, um antagonista de opiáceos.
Com esse antagonista eu estava totalmente privado de qualquer droga opioide pois qualquer droga desse tipo que eu mistura-se com o antagonista não fazia efeito, e se abusasse podia ter um ataque em pouco tempo.
Pior é que os meus pais já sabiam que eu era toxicodependente, eu tive de lhes contar, eu morava na mesma casa que eles, ainda era menor, como é que eu ía fazer para ir ás consultas com tanta pressão da policia?
E então eram os meus pais que me forçavam a tomar o antagonista, e eu tinha de tomar.

Até á próxima parte. 

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